O navegante precisa ter certeza de que o Sol vai nascer à leste e morrer no lado oeste. Porém, o Sol não nasce nem morre. Não é o Sol que nasce e morre; é a Terra que gira. O movimento do Sol é aparente.
A lição mais óbvia do movimento do Sol é a de que "as aparências enganam". Podemos nos iludir com o que vemos. Mas, na realidade, a maior lição talvez seja outra. Não são as aparências que enganam. As aparências são aparências, elas não querem nos enganar só para rir da nossa estupidez. Nós é que nos enganamos. Não é o Sol que nos engana com seu movimento, nós é que desconhecemos a realidade ou nos esquecemos dela e julgamos que o Sol nasce de um lado e morre do outro.
Em todas as situações quando não temos explicações verdadeiras nem a percepção do todo, de um modo abrangente, costumamos fazer julgamentos. A conclusão que podemos chegar com isso, é surpreendente: só fazemos julgamentos quando não sabemos a verdade. Em vez de buscar a verdade, preferimos fazer julgamentos a partir das aparências. Por isso, o problema não é que as aparências enganam; o problema é que nós não sabemos a verdade e fazemos julgamentos a partir das aparências, e acreditamos neles como se fossem verdade.
O julgamento é um ponto cego da mente. Ele desconsidera toda e qualquer possibilidade de resposta que não tenha origem no que vemos, ouvimos e sentimos. A postura do sábio é a da receptividade neutra, é a de permanecer vazio e aberto às situações e às pessoas. Sem fazer julgamentos.
Trecho do livro "A sabedoria da Natureza", de Roberto Otsu, Editora Ágora.
Trecho do livro "A sabedoria da Natureza", de Roberto Otsu, Editora Ágora.
Assista a entrevista de Roberto Otsu em:
http://www.youtube.com/p/D1AF1E634FB914C6
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